terça-feira, 26 de maio de 2009

ARTIGOS



Hora de esvaziar a lixeira

Pr. Carlos Roberto de Souza

"Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores; 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; 15 se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas".Mt 6:12, 14-15

O computador é uma ferramenta muito útil nos dias atuais, ele se atualiza automaticamente, fiscaliza a presença de vírus infectando os arquivos e até sugere formatações para os documentos que estamos digitando, corrige a ortografia. Enfim, ficaria falando de uma série quase interminável de tarefas auto realizadas pelo computador doméstico. Certa vez meu PC começou a ficar lento e meu filho resolveu fazer uma faxina , ou seja, livrar-se de arquivos e programas que não interessavam, inclusive, esvaziar a lixeira. Notei que ele selecionou os arquivos que queria banir da lixeira e o computador fez a tradicional pergunta: __"deseja mesmo excluir os arquivos selecionados?" Diante da resposta afirmativa, aqueles arquivos foram embora de uma vez.
Nós somos diferentes de um computador, somos pessoas, interagimos, pensamos, sentimos, observamos, mas igualmente a um computador, temos uma memória, só que muito mais poderosa. Um só registro sombrio em nossa memória pode nos levar à morte. Ouvi de um médico que a maioria dos leitos hospitalares poderia estar vazia se não fossem as doenças psicossomáticas, isto é, aquelas decorrentes de somatizações de experiências negativas e sobre as quais as pessoas guardam mágoas, ressentimentos, frustrações permanentes. Não é preciso muito esforço para notar que de vez em quando começamos a apresentar certas dificuldades que prejudicam nossa vida. Nossos relacionamentos perdem qualidade, nosso humor torna-se insuportável a nós mesmos e somos sufocados por essas mágoas, ressentimentos e frustrações.
Esses dados indicam uma coisa: Está na hora de esvaziarmos a lixeira. Na verdade, deveríamos fazer uma reflexão diária para não deixarmos qualquer sentimento negativo tomar conta de nossos corações.
Normalmente, essas psicossomatizações tem a ver com o arraigamento doentio à situações passadas e não tratadas adequadamente pela pessoa. Uma palavra mal falada fica ecoando por décadas interiormente. É necessário que o indivíduo esvazie essa lixeira e ter presente a idéia de que nada justifica a guarda desse material inservível e prejudicial. Primeiramente, porque o grande prejudicado é o próprio indivíduo. Guardar mágoa é tomar o veneno e esperar que o ofensor é que morra. Em segundo lugar, ninguém quer ser hipócrita não é verdade? Quem deixa de liberar perdão aos seus ofensores fica em maus lençóis ao orar o Pai Nosso na parte que diz: "perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores".
O perdão é o único meio de esvaziarmos a lixeira. Pensamos que perdão foi feito apenas para ser pedido como diz a música popular, mas o perdão foi feito, também, e principalmente, para ser liberado.
Procuramos, normalmente, razões para a liberação do perdão, entretanto, na agonia da cruz, verificamos que uma das frases de Cristo foi: Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. Um pastor amigo meu diz de forma bem humorada que ao martelarmos o nosso dedo, não levamos o martelo para ser socorrido e sim a mão. O martelo nem sabe que nos atingiu. É o ofendido que precisa de tratamento e não o ofensor, então, a primeira coisa que deve fazer é extirpar todo sentimento de ódio, ira, revolta ou mágoa, pois se admitir tais sentimentos dentro de si, a ferida infeccionará e poderá evoluir para uma infecção generalizada e que pode nos custar a vida.
Muitas pessoas acham que só terão perdoado alguém quando tiver esquecido totalmente a ofensa recebida. Não. Quando era criança, sofri um corte no lábio inferior em virtude de um fragmento de um prato que deixei cair ao chão. Saiu sangue, doeu, eu chorei muito como qualquer criança faria, mas hoje, eu me recordo do incidente quando olho para a cicatriz que ficou, mas isso não me causa qualquer desconforto. Quando perdoamos alguém realmente, até podemos lembrar-nos do acontecimento que trouxe aquela situação desagradável, todavia, não sentimos mais qualquer efeito decorrente da ofensa e nem retroalimentamos qualquer sentimento de revolta contra o ofensor e isso nos infunde uma paz de espírito muito grande.
Por último, perdão não é uma faculdade, é um mandamento. Marcos 11:25 diz: " Quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que também vosso Pai que está no céu, vos perdoe as vossas ofensas."

QUE TAL "ESVAZIAR A LIXEIRA" AGORA, HEIN ?

Fonte: www.adna.com.br

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